Sistemas e Gestão da Informação para um mundo incerto
A incerteza do mundo atual é uma condição transversal à sociedade em geral e às instituições,
organizações, grupos e indivíduos que a compõem. Paradoxalmente, apesar da ubiquidade da informação e das
tecnologias a ela associadas, a economia, o clima, a saúde, a justiça, a tecnologia, a política,
enfim, todas as áreas da vida do dia-a-dia estão não só marcadas pelo desconhecimento do futuro
mas também pelo conhecimento cada vez mais incompleto do presente.
Atuar racional e sensatamente neste contexto torna-se difícil dada a complexidade das
situações caraterizadas, de uma forma crescente, por estados extremos: falta ou sobre-abundância de informação,
isolamento ou hiper-conetividade, falta participação cidadã ou a exacerbação da
opinião pública, ignorância dos impactos ou sobrecarga da prestação de contas, são apenas alguns exemplos.
Nunca como hoje tivemos tantos dados disponíveis,
tantas ferramentas e componentes informáticos sofisticados, tanta facilidade no acesso à comunicação e informação,
mas as elevadas mais-valias aí latentes só se materializarão se adotarmos direções para a investigação, desenvolvimento
e inovação tecnologias e sistemas de informação socialmente
responsáveis e privilegiando a diversidade. Melhor (e não mais) informação e melhor (e não mais) interação,
levarão a melhores decisões, e contribuirão concerteza para atuar política, económica, social e
tecnologicamente de uma forma mais eficaz e multi-facetada.
Os sistemas e tecnologias da informação e a sua gestão são tão fundamentais para a perceção, e
consciencialização das realidades como para a atuação e criação de novas realidades.
Como é que poderão então ser decisivos para lidar com a incerteza e pessimismo?
Como é que os sistemas de informação podem ser usados para ver o mundo a partir de perspetivas alternativas,
modelar e representar a realidade de forma multi-facetada?
Como é que os sistemas de informação podem apoiar novos paradigmas de avaliação, "accountability",
rompendo com a rigidez e burocracia? Como é que os sistemas de informação podem levar a
patamares mais elevados a participação individual e social nas esferas do trabalho, do governo,
da cultura? Enfim, como é que os sistemas de informação podem contribuir para restabelecer o otimismo apesar da incerteza?
Este apelo foi lançado pela Associação Portuguesa de Sistemas de Informação aos profissionais da área
para contribuirem com trabalhos realizados e propostas inovadoras sobre como criar, usar, governar e avaliar sistemas de
informação que contribuam para percecionar, prever e atuar nos variados contextos da atividade social e humana com impactos
claramente positivos. A resposta foi, como sempre, entusiasta, sendo de realçar a boa qualidade média
das comunicações submetidas, sendo que foram aceites 58% do total de submissões.
As comunicações presentes nestas atas foram agrupadas nos temas Gestão e Estratégia, Governo e Saúde, Ensino, Gestão de Dados,
Desenvolvimento de SI, e Planeamento de SI.
António Lucas Soares
(Presidente da Comissão de Programa)
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José Carlos Nascimento
(Presidente da Comissão Organizadora)
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